domingo, 30 de junho de 2013

Merkur 37C Slant Review


Merkur 37C Slant











A Merkur Slant é um conceito de máquina de barbear que existe no mercado hà cerca de 70 anos e que a Merkur resolveu reeditar e colocar novamente no mercado à disposição dos amantes do barbear classico.
Esta máquina vendida pela famosa Merkur, está disponivel no mercado em duas versões. A versão de cabo mais curto e leve a 37C e uma versão de cabo mais longo e consequentemente mais pesada, a 39C.

Depois de cerca de um ano de ter adquirido a versão curta da Slant (39C), resolvi desta feita realizadar um teste à mesma e colocar aqui a minha opinião com base na experiência adquirida com esta máquina durante umas largas dezenas de utilizações, usando variados tipos de lâminas, sabões e cremes de barbear.

Saliento para o facto de esta máquina ter sido construida com o intuito de proporcionar  um barbear o mais apurado possivel. Para isso, segundo a marca, a inclinação do cabeçal faz com que esta máquina se adapte melhor ás curvas da cara, proporcionando resultados notáveis aliado a um elevado conforto de utilização. O angulo da lâmina, em forma de "guilhotina" pretende tirar dividendos na eficácia de corte dos pêlos da cara.





















Na foto em cima,  podemos ver que esta máquina partilha o mesmo cabo com os modelos 34C e 11C da marca, no entanto a diferença está no cabeçal que tem um formato "slant", fazendo com que a lâmina tenha maior exposição num lado e menor exposição no outro " efeito guilhotina".

1.Construção: Considero-a uma máquina bem construida, com uma qualidade geral de construção relativamente boa, no entanto alguns pormenores ao nível dos acabamentos poderiam ser mais cuidados . Neste particular as Muhle e EJ conseguem estar um passo à frente da Merkur.

Quanto a mim, em termos de qualidade de construção, está ao nivel que a Merkur já nos habituou e em linha com os outros modelos da marca.
Nota-se que o cabeçal está extremamente bem construído e sem quaisquer falhas no revestimento.

2.Apresentação: A máquina vem numa caixa de cartão beje de fraca qualidade, com letras pretas, tipica da Merkur. Pelo preço que custa a máquina acho que a marca se podia esforçar um pouco mais no aprumo e apresentação dos seus produtos.

3.Maneabilidade: Para quem já conhece a emblemática 34C, esta é exactamente igual nesse aspecto, já que o cabo é o mesmo.
Quanto ao comprimento (8,2 cm), acho que é optimo para quem tem as mãos pequenas ou do tamanho normal como as minhas. Já quem tem tem as mãos maiores poderá achar este cabo curto, no entanto, tem sempre a opção do modelo 39C com o cabo maior e mais pesado.
A 37C, é uma máquina que se adapta bem à mão, é ergonómica e tem a particularidade de conseguirmos colocar o dedo mindinho na base do cabo, o que confere uma boa base de apoio.


O seu peso de 77 gramas, é sempre uma mais-valia quando a colocamos na cara, não sendo necessário efetuar qualquer tipo de pressão na cara para obter bons resultados.

4.Cabeçal: Quanto a mim, o que diferencia esta máquina de todas as outras e o que confere um carácter especial a este aparelho.
O cabeçal é extremamente bem conseguido, bem construído e muito eficaz depois de se conseguir o angulo correcto de corte.
A exposição de lâmina não pode ser comparada às máquinas "normais", uma vez que esta fica inclinada no cabeçal e por conseguintte tem menos exposição num num lado e mais no outro.



O alinhamento da lâmina, já deu muito que falar, ao ponto de terem sido contactados os responsáveis da marca no sentido de saber se a lâmina deve alinhar com a tampa do cabeçal ou se pelo contrário esta deve ficar alinhada com o corpo do cabeçal, pois as duas opções são possiveis.
De qualquer forma, segundo a marca, a lâmina deve sempre ficar alinhada com a tampa do cabeçal e não com o corpo.





5.Peso: A Merkur 37C Slant pesa cerca de 77 gramas, um peso que considero adequado às dimensões do aparelho e que lhe confere um equilibrio excepcional, pois existe uma correcta distribuição de pesos entre o cabo e o cabeçal, evitando assim a necessidade de pressão extra na cara que muitas das vezes pode levar a cortes e irritações desnecessárias.

6.Péga: Na minha opinião, das melhores pégas que se podem encontrar no mercado neste momento.
O cabo confere bastante segurança ao utilizador do equipamento, e dificilmente o cabo da Slant nos escapa ou escorrega das mãos, mesmo que estas estejam molhadas ou ensaboadas.

7.Agressividade: Considero a Merkur 37C uma máquina medianamente agressiva, e digo isto porque a comparei com alguns modelos Open Comb que possuo, como a Fatip Piccolo ou a Muhle R41 Shark, sendo estas ultimas consideravelmente mais agressivas na minha opinião.

8.Mudança de lâmina: É uma máquina de duas peças, logo a mudança de lâmina apesar de mais simples do que numa máquina de 3 peças, requer sempre alguns cuidados no seu manuseamento. No entanto, o procedimento é exatamente igual a qualquer outro aparelho de duas peças, o que eu considero bastante simples.



9.Preço: Ronda os 36€, o que é um preço aceitavel para um aparelho com este desempenho. No entanto, a politica de subida de preços da Merkur não tem sido a mais correcta.
Comparativamente à concorrência, a Merkur tem em média as máquinas mais caras. O engraçado é que isso não se reflecte em muitos casos na melhoria da qualidade de construção dos aparelhos.

10.Laminas utilizadas: Utilizei diversos tipos de lâminas com esta máquina e, nem sempre consegui excelentes escanhoados. No entanto, obtive bons resultados com lâminas Feather, Polsilver ,Super Iridium, Bolzano e Croma Diamand.

11.Se a recomendo: Sem dúvida que SIM, mas para quem já tem alguma experiência no wetshave.
É uma máquina que requer alguma habituação ao seu ângulo de corte e alguma experiência e técnica adquirida.
Para principiantes, aconselho a iniciarem-se com a sua irmã Merkur 34C, uma máquina mais fácil de utilizar e com maior propensão para perdoar erros.

12.Se vale a pena o investimento: SIM, sem dúvida.

13.Dimensões e pesos
Comprimento 82mm
Peso total 77 gramas
Exposição da lâmina na parte mais saliente 0,81mm

sábado, 29 de junho de 2013

Sabão de barbear PortusCale

O Portuscale é o novo sabão da casa Castelbel, conhecida também por fabricar o sabão da Antiga Barbearia do Bairro.

A empresa (retirado do site oficial):
A Castelbel é uma companhia Portuguesa tradicional dedicada ao fabrico de sabonetes e fragrâncias caseiras, situada no Norte de Portugal, não muito longe do Vale do Rio Douro, onde as encostas íngremes se precipitam no rio, assumindo pitorescos socalcos de vinhas e oliveiras.
Seguindo procedimentos de pureza e de excelência com mais de 300 anos, a Castelbel utiliza o processo tradicional de refinação tripla para obter os mais delicados sabonetes do mundo.
Harmonizando as fragrâncias mais exóticas com azeite, óleo de coco e óleo de palma da mais elevada qualidade, os sabonetes fabricados pela Castelbel são extremamente benéficos para a pele.

1.Apresentação
A apresentação é excelente e muito cuidada com uma caixa preta em cartão que prima pelo bom gosto e por um estilo clássico com o desenho de uma coroa e a inscrição “Portuscale” no centro em prateado. Interessante como as letras mudam de côr consoante a exposição solar.


No interior da caixa encontramos um panfleto com instruções de utilização escrito em diversas línguas.




A saboneteira é em plástico preto e prima pela excelente robustez e qualidade de construção. De salientar a tampa transparente que protege o sabão quando abrimos a tampa da saboneteira.




2.Formulação
Sabão que contem lanolina, o que lhe confere sempre uma proteção adicional.
Eis a sua formulação:


3.Duração
Trata-se de um sabão duro de 125g, o que pressupõe que se consiga talvez uns 4 a 5 meses de utilização diária. Neste especto temos sabão para dar e vender.

4.Aroma
Neste particular é um aroma citrino realmente excecional. A fragrância é elegante e fresca. Leva-nos a querer abrir varias vezes a saboneteira só para cheirar o sabão.

5.Carga de sabão
Muito fácil. Neste tipo de sabões (duros) é aconselhável humedecer a superfície do sabão antes de utilizar.
Normalmente encho a saboneteira com água quente e espero uns minutos enquanto preparo o resto do material. Como é um sabão duro, este processo permite amolecer o sabão e facilitar a carga de sabão.
Com apenas algumas voltas com o pincel (20 segundos) temos sabão suficiente para fazer uma espuma densa, brilhante e acolchoada que nos dura para pelo menos três passagens. É aqui que começamos a sentir o excelente aroma deste sabão.

6.Capacidade de formar espuma
Muito fácil, graças aos ingredientes que contem na sua composição como SLS (sodium lauryl sulfate), a espuma neste sabão sai realmente bastante rápido.


7.Rácio água/sabão
Acho um sabão bastante permissivo, e não é de todo difícil encontrar a quantidade exata de água para formar uma boa espuma protetora.

8.Qualidade da espuma
Espuma de muito boa qualidade, bastante densa e cremosa em que facilmente se atinge aquele brilho que caracteriza uma boa espuma.


9.Proteção e deslize
Este sabão fornece uma boa proteção à pele, a espuma é bastante lubrificante permitindo que a lâmina deslize com facilidade. O facto de ter Kaolin na sua composição, confere-lhe um bom deslize da lâmina em contacto com a cara.


10.Sensação na cara
Sensação muito boa na cara, muito confortável sem qualquer irritação na pele ou outro tipo de ardor.
Após o barbear, a sensação é boa e fica-se com a sensação de pele hidratada e com bastante elasticidade.

11.Preço
Não acho que seja um sabão especialmente barato, custa 15€, mas também não é dos mais caros. Com este preço talvez consiga duas recargas de MWF, no entanto vale a pena experimentar.

12.Conclusão
Obviamente que recomendo este sabão, pela capacidade de fazer espuma, pela qualidade da mesma em termos de protecção e deslize e como não poderia deixar de ser pelo extraordinário aroma.
Outro motivo pelo qual eu recomendo este sabão, é porque é made in Portugal, evoluiu em relação ao seu irmão mais velho e acredito sinceramente que temos capacidade para continuar a evoluir a indústria dos sabões de barbear em Portugal.
É de louvar o esforço feito pela Castelbel no desenvolvimento deste novo produto.

Quem conheça o sabão da Antiga Barbearia do Bairro e esteja curioso com uma comparação, posso dizer que a Castelbel fez os trabalhos de casa e apresentou aqui um produto uns furos acima do ABB, nomeadamente no que diz respeito ao aroma e à melhor capacidade de proteção e deslize que se reflete numa pele mais cuidada e protegida.

Edwin Jagger DE89BA11 "Barley"

Edwin Jagger DE89BA11 “Barley”


Esta máquina que adquiri há uns tempos é uma das máquinas que maior consenso tem reunido ultimamente no seio da comunidade Wetshaver. Parece ser daquelas máquinas que tanto consegue agradar aos mais experientes como aos iniciados que vêm nela a máquina perfeita para se iniciarem nesta arte. É uma máquina que consegue aliar um excelente desempenho a uma elevada suavidade e conforto de utilização.





Este modelo saiu em 2011 e a única diferença para os restantes modelos EJ89, é mesmo o desenho do seu cabo estriado muito parecido com as antigas Gillette, olhando para a ponta do cabo, identificamos facilmente, o tradicional “ Ball end”.



Esta EJ “Barley” torna-se ligeiramente mais pesada que as suas irmãs, tudo devido à forma como o cabo está desenhado, pois o cabeçal é exactamente igual aos restantes modelos EJ89. Para quem conhece as outras EJ89 a diferença de peso é praticamente imperceptivel, estamos a falar de cerca de 3 a 4gramas.

1. Construção: Esta máquina tem uma qualidade de construção e de acabamentos soberba, sem qualquer dúvida neste ponto está uns furos acima das Merkur. Os pormenores de construção cuidada vão ao mínimo detalhe e é sem dúvida do melhor que poderemos encontrar no mercado neste momento, nesta gama de preços e não só.





2. Maneabilidade: Adapta-se perfeitamente à nossa mão, estando o peso muito bem distribuído entre o cabo e o cabeçal que é ligeiramente mais pesado, fazendo com que não seja necessário exercer pressão na cara.
O cabo tem o comprimento ideal 8,5cm (nem muito curto, nem muito longo), para que possamos sentir que a máquina nos assenta “que nem uma luva” nas mãos. O comprimento total da máquina são 9,5cm.
A dimensão do cabeçal permite-nos facilmente chegar aos pontos mais difíceis da cara como o nariz ou as orelhas sem qualquer tipo de problemas.
Quando a colocamos na cara, toda ela é suavidade incutindo segurança e confiança ao seu utilizador.





3. Cabeçal: É um closed comb, exactamente igual ao das suas irmãs EJ, cabeçal este que também é partilhado pelas máquinas Muhle.
Arrisco-me mesmo a dizer que este cabeçal é do melhor que existe presentemente no mercado em máquinas closed comb.
Ao contrário do que acontece com algumas Merkur, o alinhamento da lâmina no cabeçal é perfeito, sem folgas e sem necessidade de ajustes nem oscilações no momento do aperto. Aqui podemos estar tranquilos porque a lâmina fica devidamente centrada.





4. Peso: O seu peso de 76g, está perfeitamente distribuído entre o cabeçal e o cabo. O seu cabo com 47g, devido ao seu desenho torna-se ligeiramente mais pesado do que o das suas irmãs que pesam em média cerca de 44g.

5. Péga: Não sendo tão pronunciada quanto a péga da MuhleR89, não desilude de maneira nenhuma, pois dificilmente ela nos escorrega das mãos a não ser que tenhamos as mãos ensaboadas ou com óleo, mas aí meus amigos, sem os devidos cuidados, todas escorregam.
Neste particular, de entre todas as diferentes pegas das EJ89, esta é sem dúvida a que mais me agrada.

6. Agressividade: Aqui, suavidade e conforto são palavras de ordem, não é de todo uma máquina agressiva, o que a torna ideal como primeira escolha para muitos iniciados. No entanto conseguem-se excelentes escanhoados, tudo devido á excelente geometria deste cabeçal.
Ainda a respeito de agressividade, noto-a um pouco menos agressiva do que a Merkur 34HD ou até mesmo a Mercur Classic (33c) que foi a minha primeira Safety razor, mas isso é a minha opinião.

7. Mudança da lâmina: É a típica máquina de 3 peças, teoricamente, para muitos, mais complicada do que as TTO ou as máquinas de 2 peças, devido ao facto de ser necessário um maior manuseamento da lâmina, no entanto, para mim não tem qualquer tipo de problemas, será sempre uma questão de hábito.

Tipica máquina de 3 peças


Colocação da lâmina






A lâmina mantem-se perfeitamente alinhada no cabeçal


8. Versões disponíveis: Existe também a versão Barley Gold, esta versão é mais recente e também “bem” mais cara.

9. Preço: Vi alguma disparidade de preços para esta máquina, entre os 30 e 40 Euros, no entanto, quem quiser a versão Gold, então o preço dispara lá para os 50 Euros.

10. Laminas utilizadas: Aqui, o gosto pessoal de cada um é que manda. Pessoalmente, como não é uma máquina agressiva, gosto de a utilizar com lâminas Feather.

11. Se a recomendaria: Sem dúvida alguma que sim, tanto para os mais experientes como para os novatos no wetshaving. No entanto, penso que esta máquina se adapta melhor para quem tem barba normal e pouco densa. Para quem tem barba mais densa ou dura, será de equacionar uma máquina mais agressiva.

12. Vale a pena o investimento: Sem dúvida alguma que sim, é um valor seguro neste mundo do wetshaving, com uma eficácia extraordinária e uma qualidade de construção acima de qualquer suspeita.

Merkur Futur Review



A Merkur Futur é uma das máquinas mais afamadas pelos aficionados do wetshaving. Uns adoram-na pelo seu formato futurista e construção robusta, outros pela agressividade da maquina nas regulações mais altas e peso inconfundivel, outros como objecto de culto nesta nossa arte.

No entanto, as opiniões não são unanimes e há quem critique o formato e dimensão do seu cabeçal, o seu peso e maneabilidade, o seu cabo por vezes escorregadio, a tampa que salta, a lâmina mais difícil de substituir, enfim….

Após ter testado a minha ultima aquisição (Merkur Futur Mate), eis que vos trago aqui a minha opinião sobre a dita cuja.
Não tomando partidos, decidi ver com os meus próprios olhos, testar o "Ovni" e verificar a fundamentação da crítica (tanto a positiva como a negativa).




1. Construção: É uma maquina extremamente robusta, muito bem construida, parece um “tanque de guerra”, a sensação que temos quando a temos na mão é de que é praticamente indestrutível.
No entanto é nos acabamentos que ela se fica para trás quando comparada com as EJ ou as Muhle. Pena a Merkur não apostar mais na qualidade de construção, principalmente ao nível dos acabamentos.

2. Maneabilidade: É tudo uma questão de hábito, até porque esta máquina pesa em média mais 40g que por exemplo uma MRK 34HD. No entanto notei que se adapta perfeitamente á mão e que o cabo não sendo estriado, consegue ser suficientemente ergonómico para que a máquina assente perfeitamente na nossa mão, e não escorregue assim sem mais nem menos.
Na cara, nos movimentos N/S não tenho qualquer problema, o seu peso ajuda bastante, obviamente que no sentido contrário notamos alguma inércia, mas nada de especial.
Devido ás dimensões do cabeçal, a parte das orelhas, queixo e nariz requerem cuidados especiais, no entanto não tive qualquer problema, ao contrario do que muitos diziam, aqui também é uma questão de hábito ou de educação para o gosto.





3. Cabeçal: Rompe completamente com o que estamos habituados a ver nas outras Safety razors, com dimensões acima da média, e com um sistema inovador de mudança de lamina, que poderá criar alguma confusão inicialmente aos menos experientes, mas que com o habito se revela extremamente fácil de usar.



4. Peso: O seu peso de 122g, faz-se notar logo que pegamos nela, no entanto está extraordinariamente bem distribuído entre o cabeçal e o cabo, fazendo com que não seja necessária o mínimo de pressão na cara para obter resultados excelentes.

5. Péga: Apesar de ter ouvido algumas críticas neste ponto específico, achei que apesar de o cabo ser liso, consegue ser ergonómico e dificilmente a máquina nos escorrega das mãos. Aqui impera o bom senso, pois se pegar na máquina com as mãos ensaboadas ou com óleo, aí a probabilidade de ela nos escapar das mãos será maior. Aqui a MRK bem podia ter optado por outra solução mais consentânea, mas o sentido de estética e o design imperaram neste particular.
O formato arredondado na ponta do cabo, não ajuda muito se a queremos apoiar nos dedos.

6. Agressividade: Dá-nos tudo o que quisermos, do nível 1 (menos agressivo) ao nível 6 (mais agressivo) ,o céu é o limite.A regulação pode ser feita em meio ponto (1, 1.5, 2, 2.5...... até ao nível 6).
Aconselho a começarem no nível 1 e irem progredindo a partir daí até encontrarem o vosso nível de conforto. Aqui não se guiem pelo que os outros dizem pois cada cara é uma cara e se por exemplo para mim o nível 3 está ótimo, para o parceiro do lado pode não ser a mesma coisa.

Como devemos pegar no cabeçal para mudar o nivel de ajustamento sem nos cortarmos (mãos secas)


ou


7. Mudança da lâmina: Super fácil, pois na tampa do cabeçal existe uma reentrância própria para colocar o dedo e fazer pressão até um dos lados da tampa se soltar. Depois de se colocar a lâmina é só fazer pressão na tampa para baixo até as molas encaixarem.
Em termos de facilidade, para mim está ao nível das TTO e mais fácil que as de 2 e 3 peças.



Como soltar a tampa do cabeçal


Removendo a tampa


Voltar a colocar a tampa depois de inserir a lâmina


8. Versões disponíveis: Existem três versões, a Mate, a Cromada e a Dourada, sendo que a dourada é um pouco mais cara do que as outras.

9. Preço: Vi uma grande disparidade de preços para esta máquina, vi preços que começavam nos 50 e iam até aos 80 euros, é uma questão de se procurar bem e aproveitar os descontos.

10. Laminas utilizadas: Utilizei tanto as Feather como as Derby extras e as Personna red pack, no entanto penso que a máquina vai bem com diversos tipos de lâminas, aqui o gosto pessoal é que manda.

11. Se a recomendaria: Sem dúvida alguma que sim, para quem já tem alguma experiencia nestas andanças do wet shaving, para os iniciados existem melhores alternativas, até porque se arriscavam a perder tempo com os ajustes da máquina negligenciando questões básicas como a pressão correcta ou o angulo de corte.

12. Vale a pena o investimento: Sem dúvida alguma que SIM

Fatip Piccolo Review


Volto para mais um review, desta vez a tão ultimamente falada Fatip, uma máquina made in Italy ainda pouco consensual no seio da comunidade wetshave, especialmente por parte dos amantes de máquinas open comb.

Uns acusam-na de ser uma máquina terrivelmente agressiva, praticamente ao nível da Muhle R41 Shark e por consequência pouco indicada para uso diário e para principiantes nestas andanças.
Outros, pelo contrário, adoram-na e colocam-na como uma das melhores open comb disponíveis neste momento no mercado, com uma eficácia extrema, conforto de utilização quanto baste e um preço imbatível para o nível de comportamento e eficiência que demostra ter.

A máquina que testo aqui é a versão Piccolo (mais pequena e mais pesada) que adquiri há cerca de um mês, e que me tem proporcionado uma experiencia interessante, a qual irei partilhar convosco neste meu review.



1.Construção: Considero-a uma máquina bem construida, com uma qualidade geral de construção relativamente boa. Neste particular podemos compara-la com algumas Merkur.
Nota-se que o cabeçal está extremamente bem construído e praticamente sem falhas no revestimento.
Já do cabo não poderei dizer o mesmo, uma vez que a sua construção poderia ter sido mais cuidada. O cabo apresenta algumas falhas no revestimento que em nada prejudica a eficácia geral do aparelho, no entanto, não deixam de ser pormenores que deveriam ser equacionados pela marca.
Um pouco de mais aprumo na qualidade de construção seria o ideal.



2.Apresentação: A máquina vem numa caixa de cartão azul e branca. No global, a apresentação encontra-se bastante cuidada.

3.Maneabilidade: Aqui já ouvi várias opiniões. Os que têm mãos grandes dizem que o cabo é demasiado curto e fino e que se torna difícil segurar a máquina. Pelo contrário, os que têm as mãos pequenas ou do tamanho normal dizem que tem o tamanho ideal, que é bastante confortável de utilizar e que se adapta muito bem à mão.
No meu caso, apesar de considerar que tenho mãos do tamanho normal, acho sinceramente que o cabo poderia ser um pouco mais grosso, ao nível da Fatip grande ou da Merkur 34C.
Quanto ao comprimento, acho-a sensivelmente do mesmo comprimento de uma Merkur 34C, pelo que para mim está optimo.
É uma máquina que se adapta bem à mão, é ergonómica e tem a particularidade de conseguirmos colocar o dedo mindinho na base do cabo, o que confere uma boa base de apoio.
Uma nota para o facto de este cabo da Piccolo ser maciço e por consequência mais pesado do que os da sua irmã Fatip Grande. Este fator tem influência no equilíbrio geral da máquina, já que se nota uma ligeira predominância do peso do cabo em relação ao resto da máquina.
O seu peso é sempre uma mais-valia quando a colocamos na cara, não sendo necessário efetuar qualquer tipo de pressão na cara para obter bons resultados.



4.Cabeçal: Quanto a mim a grande mais-valia das Fatip, extremamente bem conseguido, bem construído e terrivelmente eficaz, permite um correto alinhamento das lâminas.
Li algures que a Fatip tinha fabricado cabeçais para a Muhle. A ser verdade este facto, então está explicado o sucesso da receita.
A exposição de lâmina é superior a uma Merkur 1904, ou uma Gillette New, no entanto, apesar de “mostrar os dentes” com grande vigor, ainda nunca me mordeu.



5.Peso: A Fatip Piccolo pesa 72 gramas contra as 65 gramas da sua irmã maior (Grande).
A Piccolo é uma máquina com uma distribuição de pesos correta entre o cabeçal e o cabo, evitando assim a necessidade de pressão extra na cara que muitas das vezes pode levar a cortes e irritações desnecessárias.
No entanto, quem pega nela pela primeira vez vai estranhar um pouco a relação peso/dimensão do cabo, mas como tudo na vida, será uma questão de hábito.

6.Péga: Como disse anteriormente, as opiniões dividem-se neste particular. Uns dizem que o cabo é curto e fino, enquanto outros dizem que tem as dimensões corretas.
Na minha opinião o estriado (fundo) do cabo confere bastante segurança ao operador do equipamento, e dificilmente o cabo da Piccolo nos escapa ou escorrega das mãos, mesmo que estas estejam molhadas ou ensaboadas.
Já quanto às suas dimensões, penso que o cumprimento é correcto, mas a espessura do cabo poderia ser um pouco maior, mais ao nível de uma Merkur 34C.

7.Agressividade: Considero a Fatip Piccolo uma máquina agressiva.
Em termos de agressividade considero-a um pouquinho menos agressiva que a Muhle R41 Shark, pois ao contrário do que acontece com a R41, esta consigo utiliza-la numa base diária sem qualquer problema, não me causando qualquer tipo de irritação na pele.
Esta máquina consegue preencher o “Gap” entre as open comb da Merkur e a open comb da Muhle.

8.Mudança de lâmina: É uma máquina de três peças, logo a mudança de lâmina requer alguns cuidados extra no seu manuseamento em comparação com uma máquina de duas peças ou uma TTO. No entanto, o procedimento é exatamente igual a qualquer outro aparelho de três peças, o que eu considero bastante simples.

9.Preço: Ronda os 17€, o que é um preço excelente por um aparelho com este desempenho.
Com as qualidades evidenciadas por esta máquina, ou muito me engano,ou se a procura aumenta a Fatip faz disparar os preços.

10.Laminas utilizadas: Utilizei diversos tipos de lâminas com esta máquina e sempre consegui excelentes escanhoados, quer seja com lâminas Croma Diamant, Derby, Bolzano ou Gillette Bleue extra.
Curioso que com as lâminas Bleue extra consegui chegar ao 4º escanhoado com esta máquina.

11.Se a recomendo: Sem dúvida que SIM, mas para quem já tem alguma experiencia no wetshave.
Para principiantes que se queiram iniciar numa open comp, penso que devem optar antes por um modelo Merkur como a 1904 OC ou a 25C.
Neste momento é difícil encontrar no mercado um aparelho com esta relação preço/eficácia.
Para quem gosta de máquinas OC, acho que não deve deixar escapar a oportunidade de experimentar uma destas.



12.Se vale a pena o investimento: SIM, de olhos fechados.

13.Dimensões e pesos
Fatip Piccolo: comprimento do cabo 70mm e peso total 72 gramas.
Fatip Grande: comprimento do cabo 77mm e peso total 65 gramas.

NOTA: O cabeçal da FATIP Piccolo não serve em cabos Muhle e EJ . Testei na EJ89, R41 Shark e a rosca do cabeçal parece estreita (roda mas não dá aperto). Nas Merkur 33C e 1904 OC entra mas forçando um pouco, porque a rosca do cabeçal da Fatip é um pouco mais comprida.