Muhle R41 "Shark" Review

Muhle R41 "Shark"

 

A máquina que testo aqui hoje é a tão afamada Muhle R41 "Shark" que comprei há mais de um ano e que, sinceramente não terá sido usada mais de duas dezenas de vezes durante todo este periodo. Razões que passarei a explicar durante este "review".

A Muhle R41 "Shark" é uma das máquinas mais conhecidas e faladas no seio da comunidade Wetshaver neste momento, pois, ao querer inovar a sua anterior versão da R41, a marca acabou por construir uma máquina pouco consensual, caracterizada pela sua elevada agressividade.
Os responsáveis da marca, afirmam ter conseguido o que queriam, isto é, construir uma máquina para pessoas experientes e com uma eficácia de corte soberba.
Posso dizer que nisso eles acertaram, o que mais caracteriza esta máquina é sem duvida  a sua agressividade e o facto de serem aconselhadas umas mãos experientes para obter os melhores resultados com este aparelho.

Esta versão de 2011 que veio substituir a "antiga" versão de 2010, esta sim uma verdadeira máquina de pente aberto com um cabeçal de 11 dentes.
A "Shark" quanto a mim não se poderá considerar uma verdadeira "open comb", uma vez que tem o cabeçal na forma de dentes de Tubarão, daí ter ganho a "alcunha" de Shark. A própria marca considera esta máquina como uma máquina de pente dentado.

1.Construção: Considero-a uma máquina extremamente bem construida, do melhor que se faz hoje em dia nesta industria.
Tem uma qualidade geral de construção bastante dificil de bater, uns acabamentos de excelência, não se notando a minima falha no revestimento quer ao nivel do cabeçal, quer nivel do cabo.

Quanto a mim, em termos de qualidade de construção, está ao nivel das Edwin Jagger com quem a marca partilha os cabeçais de pente fechado.

2.Apresentação: A máquina vem numa caixa de cartão de boa qualidade (1ª foto), como é apanágio da marca. A parte frontal da caixa é transparente para que se possa ver a máquina no seu interior e possui um logotipo da marca a meio da caixa.

3.Maneabilidade: Adapta-se perfeitamente à nossa mão, o seu peso está muito bem distribuído entre o cabo e o cabeçal que é ligeiramente mais pesado, fazendo com que não seja necessário exercer pressão na cara para obter muito bons resultados.
O cabo tem o comprimento ideal 8,5cm (nem muito curto, nem muito longo), para que possamos sentir que a máquina nos assenta “que nem uma luva” nas mãos. O comprimento total da máquina é de cerca de 9,5cm.
A dimensão do cabeçal permite-nos facilmente chegar aos pontos mais difíceis da cara como o nariz ou as orelhas sem qualquer tipo de problemas, incutindo confiança ao seu utilizador.
O seu peso de cerca de 64 gramas, é sempre uma mais-valia quando a colocamos na cara, não sendo necessário efetuar qualquer tipo de pressão na cara para obter bons resultados.

4.Cabeçal: Quanto a mim, o que diferencia esta máquina de todas as outras e o que confere um carácter especial a este aparelho, pela sua forma de pente dentado e não de pente aberto como a sua antecessora.
O cabeçal é extremamente bem conseguido, bem construído sem qualquer tipo de falhas na sua construção.
A exposição de lâmina é das mais elevadas que podemos encontrar em máquinas DE´s e segundo muitos, é a máquina que mais se aproxima da agressividade de um navalhete.

 

O alinhamento da lâmina é excelente, ao contrário do que acontece com algumas Merkur, a lâmina não precisa de ser alinhada quando colocada no cabeçal.

 

5.Peso: A Muhle pesa cerca de 64 gramas, um peso que considero adequado às dimensões do aparelho e que lhe confere um equilibrio excepcional, pois existe uma correcta distribuição de pesos entre o cabo e o cabeçal.

6.Péga: Na minha opinião, melhor que o cabo da EJ "Barley" neste aspecto, pois tem estrias mais pronunciadas.
O cabo confere bastante segurança ao utilizador do equipamento, e dificilmente nos escorrega das mãos, mesmo que estas estejam molhadas ou ensaboadas.

7.Agressividade: Considero esta máquina uma máquina agressiva, por cima de máquinas como a Fatip ou a Merkur Slant. Evito aqui comparações com as Merkur ajustáveis por questões obvias.

8.Mudança de lâmina: É a típica máquina de 3 peças, teoricamente, para muitos, mais complicada do que as TTO ou as máquinas de 2 peças, devido ao facto de ser necessário um maior manuseamento da lâmina, no entanto, para mim não tem qualquer tipo de problemas, será sempre uma questão de hábito.

9.Preço: Ronda os 30€, o que eu considero um preço aceitavel para um aparelho com este desempenho e sobretudo com esta qualidade de construção.

10.Laminas utilizadas: Utilizei diversos tipos de lâminas com esta máquina: Feather, Gillette bleue extra, Polsilver, Derby, Bolzano e Croma Diamant.

11.Se a recomendo: Sem dúvida que SIM, não para principiantes, mas para quem já tem uma boa experiência no Wetshave, pois, na minha opinião esta é uma máquina que dá muito, mas tambem exige muito em troca.
Exige experiência, um correcto angulo de corte, uma pressão correcta sobre a cara e muita suavidade no seu manuseio, pois é muito fácil que numa pequena distração possa haver algum pequeno corte ou irritação na pele.
Quanto a mim, por experiencia pessoal, consigo excelentes escanhoados se tiver uma barba de pelo menos três dias. Já consegui excelentes BBS´s nestas condições. No entanto, a sua utilização numa base diária faz com que eu fique com irritações na pele e com pequenos pontos vermelhos.

12.Se vale a pena o investimento: SIM, sem dúvida.

Nota final: Surgiu já uma nova versão desta máquina desiganda por R41 2011-B, que se diferencia da versão testada R41 2011-A devido a uma ligeira alteração na tampa do cabeçal que agora é maior e cobre mais lâmina e tambem no aumento das dimensões do seu pente.
O objectivo é tornar esta no versão um pouco menos agressiva do que a anterior e consequentemente mais confortável de utilizar.